Academia Paraibana de Letras

22 – Jomar Morais de Souto

Cadeira nº 22

Patrono: João Ferreira Maciel Pinheiro

Fundador: Demócrito de Castro e Silva

 

Jomar Morais Souto

 

Jomar Morais Souto nasceu em 23 de agosto de 1935, em Santa Luzia do Sabugy. Filho do casal João Paulino Souto e Maria Morais Souto, transferiu-se, com a família, em 1941, para a Capital do Estado. Iniciando os estudos, fez o curso primário no Grupo Escolar Epitácio Pessoa, o ginásio no Colégio Marista Pio X e o secundário (Clássico) no Lyceu Paraibano. Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, na Faculdade do Recife, em 1964, após ter cancelado a matrícula na Universidade Federal da Paraíba, na década de 50, por motivos pessoais.

Aos 18 anos, o jovem Jomar ingressou no serviço público, através de concurso para o IAPI (Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários). Mas tarde, durante uma pausa na sua criação artística, por força do AI-5, preparou-se para se submeter ao concurso do Ministério Público. Aprovado, foi nomeado promotor de justiça, com atuação na comarca de São José de Piranhas, alto sertão paraibano. Na década de 70, integrou a equipe do gabinete do Governador Tarcísio Burity.

Introduzido por Nicodemus Lopes, estreou no jornal O Estado, publicando as suas primeiras crônicas e reportagens. Em 1958, o jornal A União publicou seus poemas, ilustrados por Ivan Freitas. No ano seguinte, mereceu elogios do escritor pernambucano Mauro Mota, pelo destaque que teve na coletânea de poesias intitulada Geração 59, elaborada por um grupo de jovens poetas paraibanos. “Pela capacidade de novos métodos de assimilação poética, ao lado de uma imaginética que o coloca entre os melhores representantes de sua geração, entre os melhores e mais promissores (Mauro Motta, em entrevista ao Suplemento Letras e Artes, Jornal A União, em 1959).
Em 1961, participou de um encontro nacional de escritores, no Rio de Janeiro, a convite do jornalista Adalberto Barreto, presidente, à época, da Associação Paraibana de Imprensa, oportunidade em que conheceu o poeta Vinicius de Morais, advindo daí, uma sólida amizade.

A produção poética de Jomar Souto é bastante diversificada, encontra-se presente na literatura, no teatro, no cinema, na música. Aqui, alguns dos seus trabalhos: “Geração 59” (1959, coletânea de poemas); “Pedra de Espera” (1961, Prêmio Augusto dos Anjos); “Itinerário Lírico da cidade de João Pessoa” (1962); “Elegia para um Camponês Morto na Fazenda Miriri”; “Noturno do Adro da Igreja de São Francisco e Sonetos das Harpas do Areal”; “Fazenda de Murmúrios” (1980); “Canto da Capitania Real de Nossa Senhora das Neves” (1985, Prêmio de Poesia Quarto Centenário de fundação da Paraíba); “Agrarianas e outros poemas escolhidos” (1996).

Em 1969, o poeta integrou o elenco da peça “P A R A I B A”, dirigido por Paulo Pontes, declamando versos seus e de Augusto dos Anjos. Seus poemas: “Reina Calma no País” foi musicado pelo compositor Marcos Vinicius e “Sabia, Sabiá”, por Vital Farias, amos apresentados em festivais de música popular brasileira, no Teatro Santa Roza. Para o cinema, compôs as trilhas poéticas dos filmes “País de São Saruê”, Conterrâneos Velhos de Guerra” e Bolandeira”, todos do cineasta paraibano Vladimir Carvalho e todos premiados.

Jomar Souto ingressou na Academia Paraibana de Letras, em 23 de maio de 1998, saudado pelo acadêmico Luiz Gonzaga Rodrigues.