Academia Paraibana de Letras


Não importa, pode ser em latim, em português ou em qualquer idioma. Só sei que essa invenção inglesa se tornou mais do que brasileira; realizada em qualquer lugar. Quanto ao tempo, tem sido calendário existencial: quantas copas ainda verei em vida? E a resposta, muito esperada, dá-se de quatro em quatro anos. Quando joga o Brasil, a Seleção Brasileira de Futebol nos congrega, como um ensaio de sentimento coletivo… Se o Brasil não tivesse sido classificado para a Rússia, como está sofrendo a “tifosa” Itália, teria engrossado o caldo da atual crise pela qual estamos passando. Alguns, ideologicamente, opinam que o eventual sucesso da nossa “canarinha” poderá ser como um opium populi, como o então panis et circus no Coliseu de Roma.

Há controvérsias, nada aliena ao ponto de não reconhecerem os que causam e promovem tantas desgraças ao povo brasileiro. Nas próximas eleições, eles serão identificados. O Brasil vencer não faz esquecer os corrutos que se venderam e foram comprados para provocarem tanto mal ao povo, à nossa nação, no desempenho de suas funções públicas. Antes e depois da Copa, seja qual for o resultado, não votaremos nesses corrutos; permaneceremos conscientes da nossa realidade política, do passado ou da história de cada candidato.

As tradições são alegrias populares, como as festas juninas, para aliviarem as decepções e manterem vivo o nosso ânimo à luta. E, assim, vencermos a nefasta corrução que assola o país. Em 1958, quando era meninote, ouvi pelo rádio as folhas secas de Didi, as bicicletas de Mazzola, os dribles de Garrincha e a revelação da genialidade do quase adolescente Pelé. Os radialistas irradiavam entusiasmo, descrevendo cada jogada sem errar os nomes dos jogadores, até os estrambólicos dos estrangeiros, escritos quase somente com consoantes. Hoje, ficam uns marmanjos falando de tudo, menos do jogador e da sua jogada. Ainda bem que vemos e apelamos para lembrar seus nomes. Tal apelo também é um treino para outro tipo de copa, cujos nomes se submeterão às comparações e certamente às eleições de cidadãos honestos.

Damião Ramos Cavalcanti

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