João Rodrigues CORIOLANO DE MEDEIROS: Nasceu no sítio Várzea das Ovelhas, município de Patos, em 30 de novembro de 1875 e faleceu em João Pessoa, no dia 25 de abril de 1974; filho do casal Aquilino Coriolano de Medeiros e D. Joana Maria da Conceição. Em 1877, impulsionados pela seca que assolava a terra sertaneja, a família de Coriolano deixa o sertão e vem fixar-se na capital do Estado.Pouco tempo depois, morre o Senhor Aquilino, vitimado pela sezão. Coriolano inicia os estudos na capital, a princípio, em pequenas escolas, mais tarde, freqüenta o Lyceu Paraibano , concluindo os preparatórios em 1891. Matricula-se na Faculdade de Direito do Recife, mas abandona o curso no 3º ano pela necessidade de trabalhar para ajudar a mãe no sustento da casa; trabalhou no comércio e depois como funcionário dos Correios e Telégrafos. Casou-se, em 1905, com a pianista Eulina Medeiros. Retorna ao comércio, inicialmente, como caixeiro da Tabacaria Peixoto, depois, com o seu próprio estabelecimento; mais tarde, fundou uma escola particular para ensinar as primeiras letras e, durante muito tempo, manteve-se nessa atividade de professor. Coriolano era professor, jornalista e escritor. Colaborou em A Imprensa e foi redator de O Comércio, jornal de Artur Achiles. Integrou a banda de música do Clube Astréa, tocando pratos e clarineta. Em 1910, foi nomeado Escriturário da Escola de Aprendizes Artífices (Escola Técnica Federal), chegando a diretor, em 1922, aposentando-se nesse cargo. Fundou um curso de Matemática destinado aos membros da Associação dos Empregados da Paraíba que, pela sua eficácia, tornou-se a Cellula Mater da atual Academia de Comércio Epitácio Pessoa, inaugurada oficialmente , em 1921, cabendo a ele, Coriolano, proferir a Aula Magna.
Em 1941, a Paraíba era o único Estado que ainda não havia criado a Academia de Letras; Coriolano liderou um grupo de intelectuais e, no dia 14 de setembro daquele ano, reunidos no Gabinete de Luiz Pinto, na Biblioteca Pública, à Rua General Osório, deu por fundada a Academia Paraibana de Letras, tendo sido eleito presidente da entidade, que ainda hoje mantém o seu nome como Presidente de Honra. Coriolano foi sócio-fundador do Centro Literário Paraibano, sócio do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano; Membro da Universidade Popular (Agremiação cultural, com sede no Teatro Santa Rosa); Membro da Associação dos Homens de Letras, sociedade acadêmica com 30 membros efetivos, criada por sugestão do Presidente Camilo de Holanda; foi fundador do Gabinete de Estudos de Geografia e História da Paraíba; sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; Membro do Instituto Arqueológico e Geográfico de Alagoas; detentor da Medalha Deodoro da Fonseca. Além de trabalhos publicados em livros, revistas, periódicos e jornais, Coriolano escreveu e publicou os livros: Dicionário Corográfico do Estado da Paraíba, 1914; Do litoral ao sertão, 1917; O tesouro da cega,1922; Mestres que se foram, 1925; O Barracão, 1930; Manaíra, 1936; A evolução social e histórica de Patos, 1941; Sampaio, 1955.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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1974.
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