Antônio Joaquim PEREIRA DA SILVA: Nasceu no dia 06 de novembro de 1876, na cidade de Araruna, Estado da Paraíba e faleceu no Rio de Janeiro, no ano de 1944. Era filho de Manuel Joaquim da Silva, fabricante de violas, e de D. Maria Ercelina da Silva. Fez o curso primário em Araruna, com o Mestre-escola, Tio Sinésio; teve uma infância pobre, sem brinquedos, quando o pai faleceu, em companhia da mãe foi morar com os avós; algum tempo depois, a mãe casou-se novamente e, para seguir o novo marido, deixa-o aos cuidados da avó, e ele diz “começou aí toda a tristeza da mina vida”. Aos 14 anos, viaja ao Rio de Janeiro, matricula-se no Liceu de Artes e Ofícios e depois, na Escola Militar. Ao encerrar a carreira militar, ingressa na Faculdade de Direito, recebendo o título de bacharel, sendo, então, nomeado Promotor Público da Comarca de São José dos Pinhais, no Paraná, transferindo, se, em seguida, para a Comarca de Palmeiras, onde, aproveitando a solidão , dedicou-se ao estudo da língua alemã e à composição de poesias. Pouco tempo depois, voltou ao Rio de Janeiro, fazendo, aí, grandes amizades. Conheceu pessoas ilustres, como Felix Pacheco, Tibúrcio de Freitas, Carlos Dias Fernandes, Gonçalo Jácomo, Carlos Menezes e Rocha Pombo, este último, tornou-se o seu sogro e iniciou-se no jornalismo. Escreveu em A Cidade do Rio, Gazeta de Notícias, Época, Pátria e Jornal do Comércio; integrou-se ao grupo simbolista ligado à Revista Rosa Cruz, fundada por Saturnino Meireles.Juntamente com Agripino Grieco e Théo Filho, dirigiu a revista mensal O Mundo Literário. Pereira da Silva foi o primeiro paraibano a ter ingresso na Academia Brasileira de Letras. Ocupou a Cadeira nº 18 em substituição ao imortal Luís Carlos, seu fraterno amigo. Esta cadeira foi fundada por José Veríssimo e patroneada por João Francisco Lisboa. Sua posse aconteceu no dia 26 de junho de 1934 e recepcionado pelo acadêmico Adelmar Tavares, ocupante da Cadeira nº 11. Sobre Pereira da Silva, o cientista Floriano de Lemos fez o comentário “Esse sim, era poeta . Nasceu eleito das Musas. Não andava procurando a poesia. No que ele pensava, onde compunha qualquer trabalho de arte, estava sempre o infinito”. Obras publicadas: Solitudes, 1918; Beatitudes, 1919; Holocausto, 1921; O pó das sandálias, 1923; Senhora melancolia, 1928; Alta noite, 1940; Soli.
Inéditos: Intranqüilidade; Meus irmãos; Os poetas; Os milagres de Cristo. Deixou, ainda, estudos sobre Adelmar Tavares, Silva Alvarenga, Gonçalves Dias e Machado de Assis.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
AUTUORI, Luiz. Os quarenta imortais. Rio de Janeiro:1945.
CARNEIRO, Alcides Vieira.Pereira da Silva –Discurso de posse. João Pessoa: A União, 1964.
LYRA FILHO, João.Cadeira nº 34. João Pessoa: 1977.
PINTO, Sérgio de CastroColetânea de autores paraibanos. João Pessoa: 1988.