Academia Paraibana de Letras

JOSÉ AMÉRICO de Almeida: Nasceu em 10 de janeiro de 1887, no Engenho Olho d’Água, município de Areia, Estado da Paraíba. Era filho de Ignácio Augusto de Almeida e D.Josefa Leal de Almeida; faleceu em João Pessoa, no dia 10 de março de 1980.Casado com D.Alice Mello de Almeida, com quem teve os filhos: Reynaldo, Selda e José Américo Filho. Iniciou os estudos, no engenho, com a professora Júlia Verônica dos Santos Leal. Após a morte do pai, passou a conviver com o tio, padre Odilon Benvindo, que o induziu a seguir a carreira eclesiástica, internando-o no Seminário, aos 14 anos de idade. Sem vocação e com a ajuda da mãe e do irmão Jaime, conseguiu deixar o Seminário e levar uma vida normal de um jovem da sua idade. Fez os Preparatórios no Lyceu Paraibano e ingressou na Faculdade de Direito do Recife, bacharelando-se em 1908. Formado, retorna ao seu Estado, sendo nomeado Promotor da Comarca de Souza, permanecendo neste cargo durante um ano, quando passou a exercer a advocacia. Exerceu, ainda os cargos: Procurador Geral do Estado; Consultor Jurídico; Secretário de Segurança Pública, no Governo João Pessoa e Ministro de Viação e Obras Públicas (1930). Chefiou a Revolução de 1930, com atuação nos Estados do Norte e Nordeste; Interventor do Estado e Chefe do Governo Central da União (1935), aposentou-se neste cargo. Foi Deputado Federal, Senador e Governador do Estado da Paraíba. Candidatou-se à Presidência da Repúblicaem1937 e, em 1946, candidata-se à Vice-Presidência da República, perdendo a eleição para o Senador Nereu Ramos. Em 1958, lança-se candidato ao Senado Federal, não é eleito e afasta-se da vida pública; recolhe-se à sua residência na praia de Tambaú, permanecendo, ali, até morrer.

Colaborou em a Revista Era Nova e no jornal A União. Em 1967, foi eleito sócio efetivo da Academia Brasileira de Letras, sucedendo a Maurício Medeiros na Cadeira 38, patroneada por Tobias Barreto, tendo sido recepcionado pelo acadêmico Alceu Amoroso Lima. Assumiu a Cadeira 35 da APL, em 1965, saudado pelo acadêmico Osias Gomes. Em 1976, recebeu o título de O intelectual do ano, recebendo o troféu JUCA PATO. Após a sua morte, a casa em que vivia foi transformada em Fundação, mantida pelo Governo do Estado, abrigando em suas dependências o Museu José Américo de Almeida.

Trabalhos publicados: Reflexões de uma cabra, 1922; A Paraíba e seus problemas, 1923; A Bagaceira, 1928 (obra que introduziu o romance regional no Nordeste); Ministério da viação no governo provisório, 1933; O ciclo revolucionário do ministérioda viação; O boqueirão, 1935; Coiteiros, 1935; As secas do nordeste, 1953; Ocasos desangue (crônicas), 1954; Sem me rir, sem chorar, 1957; Discursos do seu tempo, 1964; A palavra e o tempo, 1965; Ad imortalitatem, 1967 (discurso de posse na ABL); O anodo nego, (memória), 1968; Graça Aranha, o doutrinador(ensaio), 1968, Eu e eles(memória), 1970; Quarto minguante, 1975 (poesia); Antes que me esqueça, 1976 (memória).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ALMEIDA,José Américo de. Antes que me esqueça. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976.

—- Sem me rir, sem chorar. João Pessoa: Fundação Casa de José Américo, 1984.

—- Ad Imortalitatem(discurso de posse na ABL). João Pessoa: 1967.

—- A bagaceira, 9ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967.

LUNA, Maria de Lourdes Lopes de. Rastros na areia–solidão e glória de José Américo. João Pessoa: 1987.

RABELLO,Adylla Rocha. Exposição da obra de José Américo comemorativa ao

Centenário do seu nascimento, 1887-1987. João Pessoa: Fundação Casa de José Américo, 1987.