MAURÍCIO de Medeiros FURTADO: Nasceu na capital do Estado da Paraíba, em 27 de novembro de 1893 e faleceu no Rio de Janeiro, em 22 de março de 1965, deixando viúva a senhora Alice de Medeiros Furtado. Era filho do casal João Antônio da Gama Furtado e D.Ernestina de Medeiros Furtado; aprendeu as primeiras letras em casa, com o pai, freqüentando, depois, em Itabaiana, o Colégio São Severino e, na capital do Estado, o Colégio Pio X e o Lyceu Paraibano, bacharelando-se em Direito na Faculdade do Recife.
Trabalhou como caixeiro, na fábrica de cigarros do velho Peixoto, homem petulante que o tratava muito mal, juntando a isso a falta de vocação para o comércio, deixou o serviço passando a lecionar, por designação de Frei Martinho, na escola primária criada por D. Ulrico e que ficava ao lado da Igreja de São Francisco. Em seguida, foi nomeado, pelo Governador Castro Pinto, funcionário do Fisco, passando a prestar serviços pelo interior do Estado, durante muitos anos. Em 1924, deixa o Fisco para assumir a Secretaria da Escola Normal, ascendendo, logo depois, ao cargo de professor, nesta mesma escola. Demitido do Estado, ”por motivo de economia”, pelo Presidente João Pessoa, viaja ao Rio de Janeiro, retornando ao seu Estado, seis meses depois e é nomeado, pelo próprio João Pessoa, Juiz substituto da Comarca da capital. Exerceu as funções: Juiz de Direito de Mamanguape; Procurador Geral do Estado; Presidente do Montepio do Estado (atual IPEP); Desembargador do Tribunal de Justiça da Paraíba, de 1934 a 1941, aposentando-se no cargo, quando foi morar no Rio de Janeiro que, para complementar o salário da aposentadoria, passou a advogar. Originário de uma família de artistas, Maurício Furtado não sentia prazer em exercer funções burocráticas. O pai era poeta, a mãe tinha inclinação para a música, cada irmão tocava um instrumento musical e ele era um grande seresteiro. A sua produção literária encontra-se dispersa em jornais e revistas da época, tendo sido recolhidas por sua viúva, D. Maria Alice, algumas notas, alguns escritos deixados por ele e que, cuidadosamente, ela reuniu em livro, formando uma pequena antologia intituladaCoisas do passado, comapresentação de Horácio de Almeida, seu grande amigo, de onde foram tirados subsídios para este trabalho. Maurício Furtado era membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano e do Instituto Histórico do Ceará. Tomou posse na Academia Paraibana de Letras, em 05 de março de 1960, recepcionado pelo acadêmico Seráphico da Nóbrega.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
FURTADO Maurício. Coisas do passado. João Pessoa: 1970.
NÓBREGA, Seráphico.Discurso de recepção, In: Revista da APL, nº 07, João Pessoa: 1960.