ALLYRIO Meira WANDERLEY: Nasceu em 22 de outubro de 1906, na Fazenda Campo Comprido, município de Patos, Estado da Paraíba; filho de Francisco Olido Monteiro Wanderley e D. Ignácia Maria Meira Wanderley. Faleceu em 15 de janeiro de 1955, nesta capital.
Aos cinco anos de idade, Allyrio já estava quase alfabetizado, foi matriculado no Colégio João XXIII, de Patos, em 1912, onde concluiu o curso primário; veio para a capital do Estado como aluno interno do Colégio Pio X, deixando o internato antes da conclusão do curso por motivos de saúde. Apesar do pouco tempo que passou no Pio X, Allyrio deixou, ali, marcada a sua presença por desavenças e incidentes com os professores, causando-lhe profunda mágoa que ele desabafa num seu depoimento: “nesse colégio, conheci a vida em todos os seus aspectos. E data desse tempo o encontro com as minhas primeiras injustiças, a minha melancolia e o meu desengano, brotados para sempre aos treze anos”. Estas ocorrências contribuíram para estimular a sua carreira literária, por esse tempo, escreveu o livro de poemas Destinos. Instalou-se na capital pernambucana, onde concluiu o curso secundário; daí, foi para São Paulo e, depois, para o Rio de Janeiro. O acadêmico Eduardo Martins, em seu discurso de posse na APL, faz referências a algumas viagens feitas por Allyrio Wanderley à Europa e a um curso de Filosofia na Alemanha. No entanto, pessoas idôneas que o conheceram pessoalmente, afirmam desconhecer estes fatos e dizem que Allyrio foi um autodidata, homem muito inteligente e criativo. Contava histórias fabulosas vividas por ele, frutos, talvez, de um sonho irrealizado. Ele era jornalista, romancista, poeta, teatrólogo e deixou uma vasta e importante bibliografia; colaborou nos jornais do Sul do País, sendo os principais: A Razão, 1931; Correio de São Paulo; Correio Paulistano; O Dia; A Gazeta; A Platéia; Ação Livre e Revista de São Paulo, em São Paulo; No Rio de Janeiro, escreveu, em: O Radical, Don Casmurro; A Manhã; em Maceió: A Gazeta de Alagoas; em João Pessoa: O Estado da Paraíba; A União; O Norte PN-Publicidades e Negócios; Correio da Paraíba (1953) e Paraíba Agrícola.
Além de artigos em jornais e conferências, publicou os livros: Sol criminoso(romance); Os brutos(romance); As bases do separatismo(sociologia); Bolsos vazios(romance) Os carneiros cinzentos(crítica): Inéditos: Janjão doutor(comédia); O lume no alcantil(drama); Cães sem dono(romance); Serões de uma traça(crítica); A seara do próximo(crítica); As formigas(romance); Espinho branco (romance) Uma lira também se quebra (farsa em três atos).
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
MARTINS, Eduardo. Allyrio Wanderley – cadeira 37. Discurso de posse. João Pessoa: 1971.