Academia Paraibana de Letras

     ARTUR ACHILES dos Santos: Nasceu em Pedras de Fogo, Paraíba, em 20 de junho de 1864 e faleceu em Recife, no dia 28 de novembro de 1916. Fez o curso de Humanidades no Lyceu Paraibano, pretendendo seguir a carreira jurídica, optando pelo jornalismo, abandonou a Faculdade de Direito, ingressando na imprensa paraibana, trabalhando em defesa dos anseios populares e, em pouco tempo, já estava com o seu nome consolidado entre os mais destacados intelectuais da Paraíba e de outros Estados.Escreveu em A Gazeta e em outros jornais. Polemista temido, assumia sempre posições contrárias ao governo, porém, o seu caráter íntegro impedia-lhe de usar a Lei de Talião. Mantinha atitudes nobres, linguagem esmerada, estilo sóbrio e elegante. Dirigiu o Jornal O Comércio, de sua propriedade, quando teve a oportunidade de demonstrar a sua fortaleza, coragem e dignidade; denunciava e criticava com inteligência os desmandos oficiais, numa luta incansável em defesa do seu povo, do seu Estado. Por revanchismo, violência e crueldade seu jornal foi destruído pelo Dr. José Peregrino, Presidente da Província. Escreveu também em outros jornais, como : A Paraíba, do Dr. Eugênio Toscano de Brito; Voz do Povo, fundado por ele para fazer oposição ao primeiro Governo Republicano da Paraíba, o Dr. Venâncio Neiva (nov.1889 a dez.1891); Gazeta do Comércio, mudado para Gazeta da Paraíba, de propriedade de Manuel Henriques de Sá, tendo sido, também seu diretor e que combatia o governo do Dr, Antônio Alfredo da Gama e Mello (out. 1900 a out. 1904) (Dorgival Terceiro Neto, discurso de posse).

    Artur Achiles conseguiu restaurar O Comércio, que ressurgiu mais forte e mais combativo, no entanto, a grave crise econômica que o Estado atravessava fez com que o matutino não resistisse, fechando na sua fase mais gloriosa. Para sobreviver, Artur Achiles viu-se obrigado a aceitar um emprego público, assumindo a direção do Arquivo do Estado, no qual não demorou muito, pois, motivos de saúde obrigaram-no a deixar o cargo. “E o Comércio foi para ele o seu livro precioso onde se encontra tudo que há compatível com o seu belo talento. Consultem as coleções de O Comércio, leiam os seus artigos ora doutrinários ora de crítica, ora batendo-se por uma idéia beneficiando o comércio ou a sociedade. Leiam a sua cotidiana secção SUBTIS, sob assinatura Rostan, na qual comentava o fato do dia com o máximo critério e lógica admirável”. (Coriolano de Medeiros).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ALMEIDA, Maurílio Augusto de. Cadeira nº 07. In: Revista da Academia Paraibana de Letras nº 09. João Pessoa:1984, p.73.

CASTRO, Oscar de Oliveira. Vultos da Paraíba, Imp. Nacional, Rio de Janeiro: 1955.

MEDEIROS, Coriolano de. Artur Achiles. In: Revista da Academia Paraibana de Letras, nº03, p.81. João Pessoa: 1948.

NETO, Dorgival Terceiro. Discurso de Posse na APL – Revista da Apl. nº 14. João Pessoa:1999.

PORDEUS, Terezinha de Jesus Ramalho. História da Paraíba em Sala de Aula. João Pessoa: 1978.