Academia Paraibana de Letras

CADEIRA Nº 32 - CARLOS DIAS FERNANDES

CARLOS  Augusto Furtado de Mendonça DIAS FERNANDES: Nasceu em 20 de setembro de 1874, na cidade de Mamanguape, Estado da Paraíba e  faleceu em 09 de dezembro de 1942, no  Hospital da Cruz Vermelha, no Rio de Janeiro. Era filho do Dr. Nepomuceno Dias Fernandes e de D. Maria Augusta Saboia Dias Fernandes. Aprendeu as primeiras letras com a sua mãe, continuando com os professores Luiz Aprígio e Isaac Ribeiro que lhe ministraram aulas de  Português e Latim.  Aos dezesseis anos já  tinha lido   Os lusíadas  bem como Virgílio e Horácio na língua original . Apesar de Mamanguape  se, a esse tempo, um importante centro de exportação  de algodão e da cana-de-açúcar, através do porto de Salema, Carlos Fernandes não sentia atração pela cidade que , pela falta de desenvolvimento cultural não lhe oferecia condições para expandir o seu potencial latente;  de espírito aventureiro, aspirava a uma vida menos repressiva e mais alegre o que faltava ali. A própria vida familiar, com imposições de  regras e horários para tudo, privavam-no do convívio com as outras crianças, dos folguedos infantis, até mesmo da liberdade de correr no campo, subir nas árvores e nadar nos rios, apesar do ambiente propício que a natureza lhe oferecera como berço. Privado de tudo, um dia aos treze anos, resolveu liberar-se.  Deixou o Porto de Salema no barco  Flor de Maio e seguiu para o Recife, mudando, radicalmente, o rumo da sua vida. Matriculou-se num curso de Farmácia, contrariando o pai que o desejava médico, mas o tio que o protegia financeiramente, faleceu e ele teve que abandonar os estudos. Foi para Aracaju, de lá foi ao Rio de Janeiro onde passou  a exercer as mais modestas profissões. Por conveniência, ingressou na Guarda Nacional. Fascinado pelas letras, deixa a Guarda Nacional, recebe a patente de Tenente Honorário e é nomeado funcionário dos Correios e Telégrafos. No Rio de Janeiro, travou conhecimento com Cruz e Souza, tornando-se seu grande amigo e admirador. Inicia a carreira jornalística, escrevendo em A Gazeta da Tarde; A cidade do Rio  e na Revista  Rosa Cruz. 

Dominado pelo espírito aventureiro, deixa o Rio de Janeiro e segue para o Amazonas. Homem belíssimo, inteligente, elegante e romântico, vivia rodeado de mulheres e a se meter em encrencas por causa delas . Em Manaus, certa vez, envolveu-se num  desses casos,e teve que deixar a cidade às pressas, refugiando-se em Belém  do Pará,  encontrando-se, aí, com Elizeu César que o apresentou ao poderoso Antonio Lemos, tornando-se, ambos, grandes amigos. Passou a escrever em  A Província do Pará. Sempre irrequieto, viaja  a Europa. Retornando, instala-se em Recife e assume a Secretaria do Diário de Pernambuco. Em 1912, Castro Pinto, seu amigo e conterrâneo, eleito presidente do Estado da Paraíba, convida-o para assumir a direção do Jornal  A União , que, a partir daí, viveu a sua fase áurea, transformando-se  numa verdadeira escola de jornalismo. Em 1928, com  a eleição de João Pessoa para  a presidência do Estado, o seu primeiro ato foi a demissão de Carlos Dias Fernandes da direção de  A União. Desencantado,  ele deixa a Paraíba e retorna ao Rio de Janeiro com a esposa Aurora e, para sobreviver,  passa a escrever nos jornais cariocas. Carlos Dias Fernandes viveu intensamente a sua vida. Foi poeta, romancista, contista, biógrafo, pedagogo.  Livros publicados:  Palma de acanthos, 1917; In memorian, 1905; Políticos do norte I,  1906; Políticos do norte II, 1907;  Canção de vesta, 1908; Álbum do Estado do Pará, 1908;   Os cangaceiros, 1908; A hevea brasiliensis, 1913;  O Rio Grande do Norte, 1914;  Proteção dos animais, 1914; Noção de pátria, 1914;  A Walfredeida, 1915;  Talcos e avelórios, 1915;  A defesa nacional, 1916; Rui Barbosa, apóstolo da liberdade, 1918; Escola pitoresca,  1918; Discurso, 1918; Políticos do norte, 1919;  Monografia de Epitácio Pessoa, 1919;  De rapazinho a imperador, 1920;  Myriam, 1920;  Tobias jurista-filósofo, 1921; Livro das parcas, 1921; A cultura clássica, 1921; Sansão e Dalila, 1921; O algoz de Branca Dias, 1922; A renegada, 1921; A cultura phisica, 1923; Terra da Promissão, 1923; Feminismo, 1923;  Infância proletária, 1924; A fazenda e o campo, 1925;  A vindicia, 1931;  Fretana, 1936; Rezas cristãs, 1937;  Gesta basílica, 1938;  Gesta nostra, 1942; Última ceifa (versos inéditos).

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

FERNANDES,  Carlos Dias.  Fretana. João Pessoa: edição especial, Secretaria da 

     Educação e  Cultura, s/data.

MARIZ, Celso.  Figuras e fatos João Pessoa: 1976.

MARTINS,  Eduardo. Carlos Dias Fernandes – Notícia bibliográfica.  João Pessoa: A UNIÃO, 1976.

        

VIEIRA, José.  Carlos Dias Fernandes, In: Revista da APL, nº 02. João Pessoa: 1947.

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