Academia Paraibana de Letras

Francisco João de Azevedo Júnior (Pe. Azevedo) : Nasceu em 04 de março de 1814, na capital do Estado da Paraíba e faleceu na capital pernambucana, em 26 de julho de 1880; filho do português Francisco João de Azevedo e D. Ana Maria de Azevedo, brasileira. Aprendeu a arte tipográfica, ajudando seu pai que trabalhava numa máquina trazida da Inglaterra pelo Presidente do Estado, tomando interesse pela profissão. Com o falecimento do pai, atrasou um pouco os estudos, pois, precisava trabalhar para completar o orçamento da família. Quando o Imperador implantou um Curso Secundário, na Paraíba, permitindo que os jovens complementassem os estudos, é que Francisco Azevedo pôde concluir os estudos. Desse curso, mais, tarde, originou-se o Lyceu Paraibano. Em 1835, ingressou no Seminário de Olinda, através, de D. João da Purificação; foi ordenado padre, em 1838, tendo contado com a ajuda da maçonaria para esse fim. Celebrou a sua primeira missa em Olinda e, posteriormente, retornou à Paraíba. Em 1841, acusado de participar de uma conspiração contra o Presidente Rodrigues Alves, foi muito perseguido. Refugiou-se em Recife, tendo as suas ordens suspensas, pelo fato de ter recebido ajuda da Maçonaria quando estudante. Para sobreviver, dedicou-se ao magistério . Fundou uma escola, à Rua do Rosário, em Recife, depois, transferiu-se para a Praça das Cinco Pontas; lecionava do curso primário aos preparatórios, incluindo línguas estrangeiras e Geometria, mantendo, também, um internato para os alunos que viessem de outras localidades; fundou a Sociedade dos Artistas Mecânicos e Liberais, com reconhecimento do Governo e aprovação do Império; foi professor de Música e de Composição Tipográfica, no Arsenal da Marinha, quando teve a oportunidade de desenvolver e aperfeiçoar-se nas artes mecânicas e gráficas e nas gravações de metais, no que era exímio. Foi quando projetou a sua máquina de escrever que foi exposta , em 1861, numa exposição realizada no Palácio do Governo de Pernambuco, onde foram apresentados trabalhos pelos representantes de Alagoas, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará. A invenção do Pe. Azevedo foi a que maior interesse despertou entre os visitantes. Infelizmente, por falta de recursos e de interesse pelas autoridades, a sua patente caiu em mãos estrangeiras. Além da máquina de escrever, Pe. Azevedo criou uma máquina taquigráfica, denominada por ele, como “a máquina de fazer discurso”.

Pobre, sem auxílio, batido por toda sorte de vicissitudes, foragido, hoje, sem ordens amanhã, passeou com o seu invento até à capital do país, mostrou-o a todo o mundo, alcançando unicamente uma medalha de ouro, concedida pelo Ministro do Estado, o Marquês de Olinda, tendo, antes, sem proveito, exposto a sua invenção no certame que se realizou em Pernambuco, em 1861, apesar do júri ter reconhecido Invento Superior”. (Coriolano de Medeiros). Trabalhos publicados: Esclarecimento sobre amáquina de escrever; Conferências públicas; Deus é pátria; Carta (sobre osinventos); A notícia; Trabalho evirtude.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

MARTINS, Eduardo. Padre Azevedo, sua vida, seus inventos. João Pessoa: 1983.

NEIVA, Lauro Lyra. Discurso de posse. João Pessoa: 1972.