Academia Paraibana de Letras

Ricardo nos leva ao Kibutz

Embora de nome estranho ao nosso idioma, ‘kibutz’ já consta no nosso dicionário: os kibbutzim são fazendas coletivas, em Israel, onde também se demonstra ser possível, com perfeita estrutura, solidariedade, cooperativismo, transformar o árido deserto em terra habitável. Como eu tinha escrito “Ricardo nos leva à Finlândia”, esta crônica poderia se intitular que ele “nos […]

Doenças de pele

Um presente mal embrulhado perde um pouco do seu valor. E há presente de menor valor do que o do seu embrulho, como o que ganhei, certa vez: um relógio de R$ 7,00, comprado na feira do Paraguai, elevado a melhor categoria por uma caixa de Omega. Nisso, existem espertos, fazem suntuosos pacotes, dão dobras […]

O caçador de borboletas

Quem deseja pegar borboletas, geralmente, tem de procurá-las. Raramente elas vêm ao seu encontro, como a que pousou, agora, no meu livro aberto, ao lado da rede. Inerte, eu a admiro, em silêncio para não espantá-la. O mais fácil é procurá-las nos jardins, entre as flores, onde elas trocam beijos por néctar, doçura que as […]

Égua russa no Trapiá dos Severos

Quando era menino, já via malvadezas de gente grande, piores do que explica o samba: “a maldade dessa gente é uma arte (…)”. Presenciei adolescentes incandescendo prego e jogando-o no escuro para o sapo engolir. Igual a marinheiros que, retirando jerimuns da água fervente, na cozinha do navio, e jogam-nos aos tubarões, no mar, que, […]

Memória às coisas do passado

Dela pouco precisam o presente e o futuro… As coisas do nosso passado são vastas como o oceano, e quanto mais se viajar no tempo do passado, fatos, coisas e pessoas se tornam um espaço imenso, e tão distante como a mais longínqua galáxia, como eventuais planetas e talvez com sinais de vida. Essas distâncias, […]

Meninos no bloco, meninotes em bloco

É bom recordar “os tempos de outrora, dos velhos carnavais que não voltam mais”, mesmo se, preferindo os de então aos atuais, recordem-se os medos que sofriam as crianças, espiando, pelas frestas das janelas ou pelas fechaduras das portas, “laursas” e papangus; espantosos, mas atraentes e prazerosos, sem eles não teria havido carnaval. Não havia […]

Nem toda nudez é castigada

– Olhe ali, disse-me o motorista, duas viaturas, oito soldados, cercando uma mulher pelada. Era quarta-feira, ao claro do dia, na primeira esquina da Avenida Professora Maria Sales; nem sandálias ela usava. Os soldados, simetricamente, a dois metros e meio da retida, impediam que ela caminhasse na calçada. Observou Genival, se, no aeroporto, mulher vestida […]